As redes sociais durante a quarentena e a ascensão do TikTok
Conteúdo originalmente publicado em 18 de agosto de 2020, no site Disco No Porta Luvas. Escrito por Tatiane Martins.
A pandemia mundial de COVID-19 obrigou pessoas do mundo todo a ficar dentro de casa e, no Brasil, seguimos em quarentena desde março, totalizando cinco meses de isolamento social. Isso fez com que os usuários passassem cada vez mais tempo nas redes sociais e plataformas de streaming. No Brasil, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), houve um aumento de 50% do uso da internet.
Com todas as atividades paradas, artistas de todo mundo exploraram ainda mais a web para permanecerem relevantes e próximos ao público. Além do tradicional conteúdo que já era disseminado antes da pandemia, como a publicação de fotos e vídeos nos formatos de feed e story, as lives surgiram para preencher o espaço dos shows presenciais.
Como incentivo a conscientizar as pessoas a ficarem em casa, e atrair doações para instituições de caridade e fundos para a luta contra a COVID-19, nomes como Nando Reis, Sandy e Júnior, Raça Negra, Emicida, Marília Mendonça e outros, em parceria com grandes marcas, apostaram no YouTube para transmitir seus shows particulares. Já Teresa Cristina faz diariamente em seu perfil no Instagram, aparições ao vivo para homenagear outros artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Marisa Monte, que de surpresa apareceram nas lives da cantora e foram entrevistados por ela de forma única.
O Facebook e o Twitter também são usados como forma de aproximar fãs aos artistas: a banda Fresno, por exemplo, além de manter um grupo de fãs na rede social do Mark Zuckerberg, faz lives semanais usando a Twitch, em que o vocalista Lucas inclusive ouve as bandas de seus seguidores. O cantor, assim como os outros membros da banda, é bem ativo no Twitter e sempre que pode troca ideias com os usuários da rede.
A ascensão do TikTok
Antes da quarentena, o TikTok que não era nada popular no Brasil, viu seus downloads passarem da casa dos bilhões em todo mundo. A interface fácil de usar do app, além do incentivo monetário oferecido como bônus ao criar e assistir conteúdos na plataforma, atraíram cada vez mais os usuários brasileiros.
Rapidamente, diversos influencers e figuras públicas de outras redes migraram para o Tiktok e passaram a produzir conteúdo por lá. É o caso da jovem apresentadora, atriz e cantora meu, querido Maísa, canais de TV como o Multishow, a cantora Pablo Vittar e até mesmo marcas como Nike e Puma.
Segundo o Community Manager do Tiktok no Brasil, Rodrigo Barbosa, em entrevista ao Canal Tech, “durante este período de isolamento social, o TikTok segue focado em fornecer aos usuários a melhor experiência de aplicativo e, além disso, o TikTok está comprometido em ajuda-los a se manterem informados com informações precisas e a mantê-los entretidos, continuando a fornecer a eles a melhor experiência de aplicativo”. Com iniciativas conjuntas com a Organização Mundial da Saúde (OMS), por exemplo, o desafio #MãosSeguras incentiva a higienização das mãos durante a pandemia.
Outro feito organizado pelo app, foi o festival digital Music Live, em parceria com o projeto Live X Live (LXL). Com participação de artistas como Anitta,J Balvin, Lumineers, o Music Live teve 48 horas de durações e contou com mais de 35 músicos de diversos países. Novamente, a ação do TikTok teve como objetivo entreter e conscientizar a importância do isolamento social.
Poder Viral
Os chamados “desafios” (challenges), criados e compartilhados pelos usuários da rede social chinesa, fizeram com que algumas canções explodissem nos charts ao redor do mundo. É o caso de “Old Town Road”, um hibrído do country e hip-hop, do americano Lil Nas X, que contou com a “ajudinha” do Yeehaw Challenge, em que os tiktokers tinham que virar cowboys em seus vídeos. Outro exemplo é a canção “Say So” da rapper Doja Cat, que subiu pra 86º posição no Hot 100 da Billboard depois de tiktokers usarem a coreografia do clipe na plataforma.
Em cinco meses de isolamento social e com total acolhimento dos brasileiros ao TikTok, o hype do app está longe de acabar por aqui.